Polimento das lentes traseiras do SP2
maio 25, 2012
Muitas vezes, quando restauramos um carro antigo, nos deparamos com um dilema: encontramos peças que são muito difíceis de serem encontradas (ou impossíveis, dependendo do ano de fabricação do mesmo) e que estão em mau estado de conservação. Isto ocorre, principalmente com os acabamentos, em especial as peças de acrílico.
Quando isso ocorre, temos duas opções: ou compramos uma peça nova (uma original, com preço proibitivo ou uma reprodução dela) ou tentamos restaurá-la. Felizmente, muitas vezes, isso é possível de ser feito em casa mesmo, com alguns procedimentos não muito complicados. Neste tópico eu irei abordar o processo de restauro das lentes das lanternas traseiras do SP2, eliminando riscos e devolvendo-lhes o brilho.
MATERIAL
O material necessário para esta empreitada é o seguinte: algodão hidrófilo (destes encontrados em farmácias mesmo), cotonetes, lixas d’água de gramaturas 400, 600, 1200 e 2000, massa de polir nº2, cera automotiva, um pincel de cabeça chata e cerdas duras, panos para limpeza, detergente, esponja e uma micro-retífica.
Quando isso ocorre, temos duas opções: ou compramos uma peça nova (uma original, com preço proibitivo ou uma reprodução dela) ou tentamos restaurá-la. Felizmente, muitas vezes, isso é possível de ser feito em casa mesmo, com alguns procedimentos não muito complicados. Neste tópico eu irei abordar o processo de restauro das lentes das lanternas traseiras do SP2, eliminando riscos e devolvendo-lhes o brilho.
MATERIAL
O material necessário para esta empreitada é o seguinte: algodão hidrófilo (destes encontrados em farmácias mesmo), cotonetes, lixas d’água de gramaturas 400, 600, 1200 e 2000, massa de polir nº2, cera automotiva, um pincel de cabeça chata e cerdas duras, panos para limpeza, detergente, esponja e uma micro-retífica.
DESMONTANDO TUDO
O primeiro passo é remover as lentes da carcaça das lanternas. É bem simples, pois elas são presas por apenas dois parafusos, um em cada extremidade da peça, e que são de fácil acesso. Solte-a com cuidado e puxe-a pelos dois lados ao mesmo tempo, evitando sua torção, pois ela pode vir a quebrar.
Agora devemos lavá-la com água e detergente para louças para eliminarmos a poeira incrustada e eventuais manchas de óleo. Utilize o pincel nos cantos para remover toda a sujeira que estiver grudada. Seque bem a peça antes de continuar.
Uma particularidade destas lentes é que elas possuem uma espécie de sanduiche com três peças distintas coladas entre si: a base da lente, um olho de gato transparente (cristal) e uma “tampa” em acrílico vermelho. No meu caso a lente direita estava com estas peças coladas com cola ciano acrilato, tipo Super Bonder. Quem já utilizou este tipo de cola sabe que ela deixa uma espécie de névoa branca quando seca, ao redor de onde foi aplicada, muito perceptível, principalmente, em peças transparentes.
Não preciso dizer que a minha lente estava com cola escorrida e totalmente opaca por dentro. Não tive escolha, fui obrigado a separar as três peças. Notem, nas fotos abaixo, como as lentes estão opacas e riscadas.
Agora devemos lavá-la com água e detergente para louças para eliminarmos a poeira incrustada e eventuais manchas de óleo. Utilize o pincel nos cantos para remover toda a sujeira que estiver grudada. Seque bem a peça antes de continuar.
Uma particularidade destas lentes é que elas possuem uma espécie de sanduiche com três peças distintas coladas entre si: a base da lente, um olho de gato transparente (cristal) e uma “tampa” em acrílico vermelho. No meu caso a lente direita estava com estas peças coladas com cola ciano acrilato, tipo Super Bonder. Quem já utilizou este tipo de cola sabe que ela deixa uma espécie de névoa branca quando seca, ao redor de onde foi aplicada, muito perceptível, principalmente, em peças transparentes.
Não preciso dizer que a minha lente estava com cola escorrida e totalmente opaca por dentro. Não tive escolha, fui obrigado a separar as três peças. Notem, nas fotos abaixo, como as lentes estão opacas e riscadas.
Esta “cirurgia” foi feita com a ajuda da micro-retífica e um pequeno disco de lixa d’água grana 400, confeccionada por mim mesmo. Vejam como fiz: eu tenho um pequeno suporte para discos de corte nesta ferramenta, porém os discos são muito espessos e o corte sairia largo demais. Para resolver o problema, recortei um disco de lixa, usando o próprio disco de corte como guia, fiz um furo central e instalei no suporte, como mostra a foto abaixo.
Agora, com a rotação mais baixa possível, fui introduzindo o disco bem na junção das duas peças, de forma a eliminar a cola existente entre elas. Mas atenção: tome muito cuidado a fazer isso pois o giro do disco gera muito calor e pode derreter a peça. Nunca deixe-o parado em um mesmo lugar por muito tempo, prefira ir cortando aos poucos do que tentar de uma só vez. Agora, com cuidado, vá forçando a peça aos poucos, até a cola ceder e elas se separarem por completo. Com o auxílio de uma pequena chave de fenda, vá forçando a peça transparente para cima, pelas suas bordas. Faça isso gentilmente e devagar, até que ela se solte por completo.
Aproveite e lave a parte interna e a peça transparente com água e detergente, usando, novamente, o pincel nos cantos. Veja as três peças já soltas mas ainda sem limpeza.
LIXANDO AS IMPERFEIÇÕES
Antes de passarmos ao processo de polimento propriamente dito, devemos eliminar os riscos e eventuais restos de cola da peça. Para remover a cola escorrida, utilize a lixa 400 em toda a área do respingo, de forma que ele desapareça por completo. De preferência recorte pedaços pequenos de lixa e trabalhe em áreas reduzidas, trocando sempre a lixa quando ela desgastar. Faça isso para eliminar os riscos mais profundos também, lixando-os até que desapareçam por completo. Tenha em mente que trincados e alguns arranhões mais pronunciados não poderão ser eliminados, sendo apenas minimizados. Riscos mais leves deverão ser lixados com lixa 600. O olho de gato transparente deve ser lixado também (se for o caso), para proporcionar uma perfeita reflexão da luz incidente nele.
Depois de emparelhar todos os riscos, é hora de lixar toda a peça com a lixa 1200 e finalizamos com a lixa 2000.
A esta altura você deve estar apavorado pois a peça está totalmente opaca em suas mãos, mas calma pois isto é normal. O importante é ela estar parelha e lisa, sem imperfeições. Outra observação importante: evite lixar a parte central da peça pois é onde estão gravados os logos da VW e da Hella, além do número original da peça. Lixe com cuidado sempre na volta das letras, para não desgastá-las.
POLIMENTO
Chegou a hora de polir. Pegue um pedaço de algodão e passe pouca quantidade de massa de polir. Eu uso o algodão, pois ele não risca o acrílico de jeito nenhum, mesmo que usemos força para esfregar. Espalhe a massa de polir na peça, sempre em movimentos circulares e em áreas pequenas. Use um pouco de massa de cada vez, para que fique uma pequena camada depositada sobre a peça, deixe agir por alguns segundos e dê o polimento com outro pedaço de algodão limpo.
Se logo no início o polimento não ficar bom, repita a aplicação, sempre exercendo certa pressão nas áreas onde há mais riscos e opacidade. Faça isso, também, com o olho de gato. Esta peça é um pouco mais trabalhosa pois não é lisa, sendo composta por várias camadas em forma de degraus, que deverão ser polidos uma a um.
POLIMENTO
Chegou a hora de polir. Pegue um pedaço de algodão e passe pouca quantidade de massa de polir. Eu uso o algodão, pois ele não risca o acrílico de jeito nenhum, mesmo que usemos força para esfregar. Espalhe a massa de polir na peça, sempre em movimentos circulares e em áreas pequenas. Use um pouco de massa de cada vez, para que fique uma pequena camada depositada sobre a peça, deixe agir por alguns segundos e dê o polimento com outro pedaço de algodão limpo.
Se logo no início o polimento não ficar bom, repita a aplicação, sempre exercendo certa pressão nas áreas onde há mais riscos e opacidade. Faça isso, também, com o olho de gato. Esta peça é um pouco mais trabalhosa pois não é lisa, sendo composta por várias camadas em forma de degraus, que deverão ser polidos uma a um.
Sugiro que você dê um tempo entre uma aplicação e outra por se tratar de um trabalho meio chato de fazer. O ideal é concluir o trabalho em mais de um dia, sempre polindo com calma e muito cuidado.
Depois de polida, temos que dar um último brilho à peça. É aí que entra a cera automotiva. Ela não é tão abrasiva quanto à massa de polir e deixa uma fina película protetora na superfície. Proceda da mesma forma: com um pedaço de algodão limpo, espalhe pequenas quantidades de cera em movimentos circulares e depois abra o brilho com outro algodão limpo.
Acabou? Ainda não!
A parte interna das lentes do SP2 é composta por centenas de gomos que refletem a luz da dos piscas, da lanterna e do freio. Por isso de nada adianta termos a superfície externa brilhando se o interior da peça está opaco. Passe mais massa de polir no interior da lente e abra o brilho da mesma forma que foi feito na parte externa. Aqui o trabalho não precisa ser tão minucioso como foi feito no exterior, pois basta abrir o brilho na superfície dos gomos para que o trabalho de polimento esteja finalizado e a luz seja refletida de forma uniforme.
Aproveite, também, para retocar a pintura prateada nas divisórias dos compartimentos das luzes de freio e piscas pois, normalmente, elas ficam opacas com o tempo.
Depois de polida, temos que dar um último brilho à peça. É aí que entra a cera automotiva. Ela não é tão abrasiva quanto à massa de polir e deixa uma fina película protetora na superfície. Proceda da mesma forma: com um pedaço de algodão limpo, espalhe pequenas quantidades de cera em movimentos circulares e depois abra o brilho com outro algodão limpo.
Acabou? Ainda não!
A parte interna das lentes do SP2 é composta por centenas de gomos que refletem a luz da dos piscas, da lanterna e do freio. Por isso de nada adianta termos a superfície externa brilhando se o interior da peça está opaco. Passe mais massa de polir no interior da lente e abra o brilho da mesma forma que foi feito na parte externa. Aqui o trabalho não precisa ser tão minucioso como foi feito no exterior, pois basta abrir o brilho na superfície dos gomos para que o trabalho de polimento esteja finalizado e a luz seja refletida de forma uniforme.
REMONTANDO
Chegou a hora de montar tudo no lugar novamente. Eu não irei usar cola ciano acrilato por razões óbvias, que já foram explicadas mais acima. Para isso usarei cola do tipo epóxi (Araldite ou Poxipol) transparente e de secagem normal. Evite as de secagem rápida pois, se algo der errado, você terá tempo de soltar a peça antes que a cola seque por completo. Após misturar as duas partes da cola, aplique nas bordas do olho de gato transparente com o auxílio de uma espátula plástica ou palito de dentes.
Aplique pouca cola, mas em toda a extensão da borda, para evitar a entrada de poeira dentro da lanterna quando ela estiver instalada. Tome muito cuidado ao aplicar a cola nas bordas da tampa externa, para evitar que ela escorra quando as peças forem unidas e acabe por estragar o trabalho realizado. Como última recomendação, verifique se não ficou nenhum fiapo de algodão na parte interna das peças para elas não serem fechadas para sempre lá dentro.
Depois da cola totalmente seca, é hora de instalar as lentes novamente no corpo das lanternas e apreciar o resultado. O brilho das peças fica perfeito.
Depois da cola totalmente seca, é hora de instalar as lentes novamente no corpo das lanternas e apreciar o resultado. O brilho das peças fica perfeito.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este processo pode parecer complicado à primeira vista, mas não é tanto assim. Na realidade ele é até simples, mas requer muita cautela ao ser realizado, principalmente porque qualquer deslize pode danificar a peça de forma irreversível.
Mesmo com este perigo, o resultado é surpreendente e uma peça que parecia condenada, volta a ficar como nova, além de dar uma satisfação enorme em saber que foi algo feito por nós mesmos.
Mesmo com este perigo, o resultado é surpreendente e uma peça que parecia condenada, volta a ficar como nova, além de dar uma satisfação enorme em saber que foi algo feito por nós mesmos.
9 comentários
bahhhh...
ResponderExcluirme animei a fazer com as arteb do meu Fusca vermelho...
Parabéns pelas explicações detalhadas! Vou procurar fazer o mesmo nas lentes originais (Polimatic) de meu Fusca, que não troco por outras "paralelas" de jeito nenhum, prefiro elas velhinhas mesmo!
ResponderExcluirMuito legal o resultado é algo que vou considerar fazer no meu SP2 também(porque o preço das novas é realmente um pouco salgado mesmo)
ResponderExcluirÉ isso aí galera, o negócio é por a mão na massa.
ResponderExcluirParece difícil no início mas na realidade é bem simples o processo. E o resultado final surpreende.
Legal! Muita gente pensa que é complicado e prefere pagar para um boca de porco fazer... com essa explicação os recuperadores de lanternas ficarão com menos trabalho. Tenho duas lanternas do SP2 originais e tinha 2 carcaças sobrando e descobri um cara que faz as lentes, que logo fica prontas e depois mando fotos.
ResponderExcluirCleberSP2
Maravilha de postagem já estou olhando as velhas sinaleiras com outros olhos vou fazer essa experiência, parabéns pela explicação detalhada.
ResponderExcluirAbraço
Macfuca
É isso mesmo pessoal, vamos botar a mão na massa e polir nossas lentes, hehe...
ResponderExcluirParece difícil num primeiro momento mas vocês verão que é bem simples e o resultado impressiona.
Obrigado pelos comentários!
Amigos , sei que o tópico e mais par carros , mas tenho uma tampa de toca discos que esta muito riscada , é de acrilico , será que o procedimento acima funciona???
ResponderExcluirOlá amigo. Creio que não tenha problemas em utilizar este processo na tampa pois tenho um amigo que já fez o mesmo no quebra vento de acrílico da moto dele. Ficou perfeito.
ResponderExcluirDeixe aqui seu comentário.